Esta é uma expressão popular que muita gente usa, mas poucos sabem como começou. A origem, o princípio de tudo. Para os que não conhecem, vou tentar dar a explicação, segundo o que me contaram.
O fato ocorreu numa determinada cidade do interior, não se sabe onde. Só sei que não foi em Balsas. Foi por aí, num lugar qualquer...
Um dia aparece um matuto muito esperto e se dirige à barbearia, perguntando onde ficava a residência do padre. Informado de tudo, fez questão de dizer que ia lá para entregar quinhentos mil réis para o vigário guardar, enquanto ele ia fazer uma viagem. A mesma coisa o homem fez na farmácia, no cartório, no posto de gasolina, em toda parte, sempre com a mesma história em cada lugar que chegava:
- É por que eu quero deixar quinhentos mil réis guardados, pois eu vou fazer uma viagem e tenho medo que me roubem.
Não deixou coisa alguma com o padre, não foi nem lá, mas na outra semana apareceu na residência do vigário, para que esse lhe entregasse os quinhentos mil réis.
Ora, o pobre do vigário não devia absolutamente nada ao homem, mas este insistiu, disse que tinha entregue ao padre uma importância de quinhentos mil réis para guardar. Chamou a polícia, chamou o barbeiro, o farmacêutico, escrivão, enfim, movimentou Deus e o mundo, fazendo um escândalo danado. O padre negando e ele afirmando que de fato lhe tinha entregue o dinheiro. Nessa altura os comentários eram gerais. Todos diziam que efetivamente aquele cidadão iria deixar quinhentos mil réis com o padre, o que gerou a suspeição.
Aí entra em cena o Delegado de Polícia, que, com a intenção de amedrontar o matuto, gritou com toda a arrogância:
- Meu amigo, o senhor deixou esse dinheiro comigo, foi ou não foi?
O espertalhão, com a maior calma do mundo, respondeu:
- Não, seu Delegado. Esses que eu deixei com o senhor são outros quinhentos mil réis, deixe eu receber esses que eu deixei com o vigário, depois nós se entende.
“Esses são outros quinhentos mil réis”, expressão que ficou até hoje e vai continuar por muito tempo ainda.
Matuto faz cada uma...
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