Inês Maria de Jesus era o seu nome completo. Marcou a sua presença em Balsas pelo espírito religioso que tinha. Por sua própria conta, e em terreno de sua propriedade, ergueu e manteve por muitos anos a Capela do Bom Jesus, onde se realizavam festejos religiosos, os quais eram freqüentados pela sociedade balsense.
Residia em uma casinha encravada num grande terreno, um verdadeiro pomar. Ali costumava ela organizar reuniões de rapazes e moças de seu tempo, onde se realizavam festivais de danças e brincadeiras que ficaram para sempre lembrados.
Mas o que caracterizou mesmo a Inês foi o seu espírito de fé, a confiança que tinha no santo de sua devoção.
Certa vez fez uma promessa de caráter religioso, pedindo a cura de um afilhado a quem dedicava grande amizade. Obtida a graça solicitada cumpriu fielmente o prometido. Vejam a que ponto pode chegar o poder da fé. Fez o seguinte: comprou um burro “bom de carga”, preparou os mantimentos, colocou o menino no meio da carga e se mandou rumo a Bom Jesus da Lapa, fazendo o percurso de ida e volta a pé. Vejam bem: Balsas - Maranhão a Bom Jesus da Lapa - Bahia. Quantos quilômetros? Sei lá, alguns milhares.
E tem mais, chegou lá e demorou apenas um dia. Só teve tempo mesmo de assistir a missa. Voltou por cima do rastro, chegando a Balsas depois de dois meses de viagem. Isto é uma coisa para quem tem fibra, raça, coragem e fé em Deus.
O menino desta história está aí para confirmar tudo. É o meu primo e amigo João Ribeiro da Silva Sobrinho. Diga-se só para encerrar a conversa que ele soube ser grato à madrinha, ajudando-a nos momentos difíceis.
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