quarta-feira, 29 de junho de 2011

O SADY

         Era meu colega de infância, filho de numerosa e conceituada família de Balsas. Cidadão bom, de boa índole, jamais fez mal a alguém, a não ser a si próprio, pois teve a infelicidade de ser uma das milhares e milhares de vítimas desse mal que desgraça a humanidade, o alcoolismo.
         Terminou os seus dias de vida de maneira triste. Sendo comum amanhecer o dia caído na rua em virtude da embriaguez, um dia amanheceu morto e os transeuntes não sabiam. Só mais tarde, já com o sol a pino, é que se verificou que o coitado estava mesmo era morto, vítima de coma alcoólico. Uma pena.
         Ao fazer aqui esta singela homenagem ao meu amigo Sady, quero contar uma particularidade interessante que ele tinha: a de viver inventando nomes difíceis de pronunciar.
         Lembro-me de uma série deles, que ficaram na minha memória, e que passo a expor:
         “CHIRNE, NECATRIONE, ESTRATIENE, MARINIELE, SINCOPE, RANOPEBA, DECITROL, DECHEVAL”.
         É impossível saber o significado de tais palavras. Acho que não existem esses termos, salvo se for em alguma língua ou dialeto que eu não conheço. Prefiro acreditar mesmo que era tudo tirado da cabeça do meu amigo Sady.
         Amigo velho, de onde quer que você esteja, receba esta minha lembrança como prova desta minha amizade.
         Que Deus, na sua infinita sabedoria, o tenha em bom lugar. São os meus votos.

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