quarta-feira, 29 de junho de 2011

O HOMEM QUE CALCULAVA

Existem certas coisas neste mundo de meu Deus, para as quais nem mesmo os mais sábios, os doutores, encontram explicação que convença.
         Apareceu certa vez em Teresina, um deficiente mental, um verdadeiro mendigo, todo esfarrapado, cabeça pelada, todo enfeitado de medalhas e de cordões dourados, uma figura exótica.
         Esse homem tinha uma capacidade extraordinária para calcular quantos anos, meses e dias de vida de uma pessoa, só obtendo a data de seu nascimento. Em questão de poucos minutos respondia tudo, com incrível precisão.
         Em uma ocasião, em pleno Bar Carvalho, que ficava na Praça Rio Branco e que os piauienses conheciam muito bem, estava o cidadão rodeado por uma pequena multidão, exibindo a sua especialidade e ao mesmo tempo ganhando alguns trocados, pois “ninguém é de ferro”.
         O meu irmão Ribeirinho, sempre muito esperto e inteligente, resolveu desafiar a “fera”:
         - Vamos lá, meu caboclo, eu nasci no dia 1º de julho de 1910. Faça aí os seus cálculos que eu vou fazer os meus.
         Enquanto o cabra fazia mentalmente as suas contas, o Ribeirinho estava fazendo, na ponta do lápis, a sua contagem. Poucos minutos depois o homem deu a sua resposta:
         - O senhor tem tantos anos, tantos meses e tantos dias de vida...
         O Ribeirinho saltou bem acolá:
         - Errou, amigo, não confere com as minhas contas.
         Havia uma diferença de alguns dias.
         Aí é que aparece o incrível da história. O homem, sem a menor perturbação, olhou para as anotações do Ribeirinho e disse com toda a segurança:
         - Errei não, doutor, é por que o senhor não contou com os “bissextos”.
         Efetivamente o Ribeirinho tinha esquecido este detalhe,  perdendo esta parada.
         A conta do homem estava rigorosamente certa e ele ganhou a admiração de todos os presentes.
         Quem é capaz de explicar fenômenos como este ?

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