quarta-feira, 29 de junho de 2011

O JOÃO CAIXEIRO

         Era um empregado que havia na loja de meu Pai, que, como tantas outras criaturas, também continua bem guardado no arquivo da minha memória. Homem de inteira confiança de todos, prestou muitos serviços à família. Trabalhou com dedicação e amor e por isso mereceu o carinho e o apreço de todos nós.
         Tinha alguns tiques nervosos. Caminhava sempre olhando para trás, como se estivesse vendo alguma coisa.
         No episódio em que falei, do Sabino, citei o Dr. Domingos - Juiz de Direito que morou algum tempo em nossa casa e era espírita - estão lembrados ?
         Pois bem, alguns dias depois ele disse que viu também o João, tendo feito a mesma pergunta ao tio Cazuza, inclusive referindo-se aos tiques nervosos de que falei anteriormente.
         Morava na Tresidela em companhia de seus pais. Um dia adoeceu gravemente e não pode mais trabalhar. Os recursos em Balsas eram limitados e a sua vida chegou ao fim.
         Lembro-me de uma visita que meu pai fez a ele e que eu também fui. Estávamos no seu quarto, ocasião em que meu Pai notou que era uma doença grave, ordenando que eu saísse imediatamente. Era uma moléstia altamente contagiosas, ele conheceu logo.
         Assim desapareceu mais um amigo de infância, para ficar apenas a memória e a saudade.
         Hoje ainda considero o João como um dos meus espíritos guias.

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