quarta-feira, 29 de junho de 2011

O PEDRO ULISSES

         É um cidadão de fino trato, educado, culto, estudou Medicina na Universidade da Bolívia, não concluindo o curso por motivos imperiosos. Pertence a tradicional e honrada família de Balsas, onde reside há muitos anos. Verdadeiro amigo das pessoas que o procuram, é capaz de fazer qualquer sacrifício para servir.
         Sinto-me bastante gratificado em ter deixado em Balsas, nesta última temporada em que lá estive, um amigo com as qualidades de Pedro Ulisses Coelho.
         Recentemente, ele demonstrou isso recebendo o meu filho João Ribeiro, em visita àquela cidade, com um carinho todo especial, somente dispensado a quem realmente se estima. Devo deixar expresso aqui o meu apreço, devido pela amizade, laços de parentesco e afinidade de idéias entre nós existente.
         Agora, verdade seja dita: se for “cutucado”, se for provocado por qualquer motivo, aí a coisa muda por completo. É desses homens que não sabem levar desaforo para casa. Reage com todo vigor, não admitindo desfeitas em hipótese alguma.
         Há quem diga que tem o “pavio curto” demais, eu prefiro dizer que não tem pavio algum. É como o mineiro da história:
         - Dá um boi pra não entrar numa briga, mas, depois que entra, dá uma boiada pra não sair”. É como o oceano: tanto pode estar calmo, manso e tranqüilo, como também pode ficar revoltado e indomável.
         Tive oportunidade de visitá-lo em sua residência, muitas vezes, sempre recebendo especial atenção e carinho.
         Certa vez, cansado de esperar por um despacho de um juiz em processo que envolvia seus interesses, teve a coragem de invadir o gabinete do mesmo e exigir a providência, fazendo o uso de argumentos que convenceram o magistrado. Por pouco, muito pouco mesmo, ia acontecendo um incidente que poderia ter sido grave. O juiz de Direito na época, cidadão correto, íntegro, possuía todas as qualidades para desempenhar essa honrosa função no interior, ouviu atentamente o homem e resolveu atendê-lo de pronto, evitando males maiores.
         Em outra ocasião, chegando ao seu conhecimento que havia um amigo preso, e considerando a prisão injusta e ilegal, resolveu aplicar um “habeas corpus” a seu modo: foi até a Delegacia de Polícia, arrebentou as grades da cadeia e soltou o homem “na marra”.
         Este é o Pedro Ulisses que conheço e admiro.

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