Tem dias que eu fico pensando, matutando, relembrando o passado tão distante, e chego a esta conclusão: é difícil, é muito difícil, aparecer neste conturbado mundo uma pessoa como aquela. Moça de gênio adorável, dedicada, trabalhadora incansável, amiga de todas as horas, a Maria pode ser considerada uma santa. Pelo menos na minha concepção, eu a considero assim.
Quantas e quantas vezes teve o seu sono interrompido para nos atender em casos de doença. Pacientemente ela atendia a todos com verdadeiro amor. Não tenho lembranças de ter visto aquela criatura aborrecida por qualquer motivo. Foi minha ama e de muitos de meus irmãos. Acompanhou de perto a trajetória de nossas vidas.
Um dia começou a namorar, ficou noiva, estava despertando para outra etapa de sua vida. Nada mais justo, nada mais natural. Ela bem que merecia toda a felicidade do mundo. Por um desses mistérios que a nossa mente não pode decifrar, por um desígnio de Deus, como dizem alguns, o certo é que não teve a sorte que no nosso entender merecia.
Casou, viveu pouco tempo, faleceu no primeiro parto. Não teve a ventura de ver um filho seu, a quem daria todo aquele amor, carinho e dedicação, tal como fez por nós. Somos insignificantes demais para interpretar essas coisas.
A vontade de Deus está fora do alcance, do nosso entendimento.
Descanse em paz, Maria. Receba essa singela homenagem desse seu amigo e reserve para mim um lugarzinho aí onde você se encontra. Não pode ser outro se não o Paraíso.
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