Esta moça começou a vida quebrando côco no interior do Maranhão. Trabalho duro, penoso, difícil. A mulher fica sentada em posição incômoda, com um machado preso entre as pernas e com as mãos executa a estafante tarefa. Dali tira o seu sustento, dos filhos e dos familiares. É uma luta desigual. Só quem já viu pode ter uma idéia. A nossa Maria Joaquina enfrentou essa batalha.
Um dia resolveu ir para a cidade grande. Veio para a nossa casa, onde trabalhou por muitos anos executando com dedicação e carinho os trabalhos que lhe eram confiados.
Durante o meu namoro com a Zisile, na fase em que o mesmo estava proibido, pois razões que não adianta comentar aqui, ela prestou os mais relevantes serviços no leva e trás de bilhetinhos e recados.
Conseguiu aprender corte e costura, tendo seguido para São Luís, onde trabalhou para senhoras da alta sociedade. Isso eu faço questão de salientar, para demonstrar o quanto vale a persistência e a força de vontade. De humilde quebradora de côco do sertão a costureira das altas rodas da capital.
Casou-se, mais logo teve a infelicidade de adquirir câncer, tendo falecido alguns anos depois.
Fica o registro e a saudade daquela amiga.
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