quarta-feira, 29 de junho de 2011

EU, ALBERTO RIBEIRO E A IDÉIA

Alberto, querido amigo,
Quero escrever-te esta carta,
Mas logo a idéia se aparta
Não dando ao bestunto abrigo

Eu, de repente lhe digo,
Vagabundo, eu faço arranjos,
Não me faças, atrevida,
O que fizeste na vida,
Com o grande Augusto dos Anjos!...

Mas ela fica atracada
Do meu cérebro, nos fios,
Não importa desafios,
Não consigo escrever nada...
E reclamo à descarada,
Suplico de peito aberto,
Que deixe de colher a larva
Ao menos uma palavra,
pra dizer pro Mestre Alberto

Ela insiste: - já falaste
pra esse seu amigo certo,
Que tu te chamas MESTRE ALBERTO
pra ele, agradecimento
É aquele pensamento
Que te tornaria um réu;
Pois se o matasses, então,
Tava aí a gratidão...
Logo enxugavas o pranto,
Pois ele virava SANTO
Indo direitinho pro CÉU !



                                                                  Crateús, 15 de janeiro de 1977
                                                                                Barreto

         Uma das coisas que mais me impressiona no Barreto é o seu amor o carinho e a dedicação que sempre têm dado à família. Uma verdadeira loucura pelos filhos, a quem dedica invulgar atenção.
         Agora mesmo tivemos a infelicidade de perder o seu filho mais velho, o nosso querido “Barretinho”, músico da Jovem Guarda do Ceará, onde criou e manteve por muitos anos o conjunto musical “Os Rataplans”, que figurou entre os melhores de Fortaleza.
         Casado com Maria Barbosa Marques Barreto, ou simplesmente Dona “Dadala”, como carinhosamente a chamamos, criatura de grandes predicados, sua fiel companheira de todas as horas.
         César Wagner Barreto, advogado, grande músico, cantor e compositor é seu filho e nosso grande amigo que muito estimo e admiro.
         A outra filha chama-se Núbia; é casada com um médico e vive em São Paulo há muitos anos.
         Amigo velho Barreto, receba esta singela homenagem do mestre Alberto, que é seu amigo e também metido a poeta:

                                      “Barreto, meu grande amigo
                                      Lhe falo do coração,
                                      Se eu pudesse matar,
                                      Sem sofrer nenhum castigo,
                                      Com certeza eu mataria
                                      pra ver se você ia
                                      Direto para o altar

                                      Mas como não quero ser vil,
                                      Vamos deixar para depois,
                                      Vamos lá ver se nós dois
                                      Morremos muito depois
                                      Daquele ano dois mil.       ”.

 

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