quarta-feira, 29 de junho de 2011

JOAQUINA “BACURI”

         A história policial de Balsas, infelizmente está cheia de acontecimentos tristes, desagradáveis. É a maldade humana manifestando-se no mais alto grau. É o homem contrariando a vontade de Deus, tirando a vida de seus semelhantes para roubar, matando para mostrar os seus instintos bestiais.
         Esse crime da “Joaquina Bacuri” foi um dos mais revoltantes.
         Ela era uma mulher de vida livre, como se costuma dizer. Mantinha uma pequena quitanda em uma daquelas casinhas que hoje pertencem ao meu amigo Francisco Florentino. A sociedade a aceitava bem, não alimentava repúdio pela sua profissão, embora tenha vivido naqueles tempos preconceituosos. O criminoso agiu com requintes de perversidade. Praticou um crime hediondo, dos mais covardes. Uma pobre mulher, indefesa, atraída para a beira do rio, foi violentamente espancada até à morte.
         No decorrer das investigações apareceu uma testemunha que disse estar pescando às altas horas da noite, quando ouviu os gritos de horror da coitada. O dia seguinte a este acontecimento foi de grande movimentação na cidade. A polícia, pouco aparelhada, quase nada pode fazer. O cadáver não apareceu logo, o que dificultou as investigações.
         Na ocasião se encontrava no porto de Balsas uma lancha (não me lembro qual delas), o que despertou algumas suspeitas por parte da polícia, desconfiada de que algum membro daquela tripulação pudesse ter praticado aquele crime. Só dois dias depois, justamente na hora da saída da referida embarcação, apareceu o corpo da mulher. Tinha uma enorme pedra amarrada ao pescoço, que, com o “banzeiro” da água provocado pela hélice, se desprendeu e o cadáver veio à tona.
         Foi triste a cena que assisti. Envolto em uma rede foi transportado até o cemitério. O corpo apresentava os sinais da violência. Descoberto o criminoso, houve o julgamento, condenação e a fuga do criminoso pouco tempo depois. A cadeia pública não oferecia a menor segurança. Seguiu o desgraçado para lugar incerto e não sabido. Mais um crime que ficou impune. Não foi o primeiro e não será o último, infelizmente. É a triste realidade em nosso país.
         Até quando?

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