Era um cidadão muito inteligente, trabalhador e empreendedor. Chegou a montar em Balsas um pequeno estaleiro, onde fabricava embarcações para a navegação no Rio Balsas. Embarcações de madeira, diga-se a título de esclarecimento. Morava no largo do “vai quem quer”, hoje Praça Dr. Rosy.
Naquela praça ele construiu e manteve por muitos anos a saudosa Capela de São Sebastião, local de inúmeros festejos religiosos, cuja devoção era bastante aceita em Balsas. Não sei por que os padres combonianos resolveram demolir a referida capela e com isso levaram um pouco da história de nossa terra. Eles lá devem ter as suas razões, mas nós, os antigos, também temos as nossas para lamentar, não é verdade?
Um certo dia o “Pequeno Farias” resolveu montar em Balsas uma usina para descaroçar algodão e beneficiar arroz. Estou fazendo alusão a este fato, para demonstrar o espírito alegre de nossa gente, a maneira como o “povão” recebe esses acontecimentos.
No mesmo dia da instalação o Justo, meu colega de infância, que mal sabia ler na época, fez esses versos:
“Pequeno comprou um motor
Tocado a vapor,
Descaroça algodão.
Agora mesmo é que ninguém se enrasca
Com arroz de casca, pisado em pilão”.
São estes pequenos fragmentos que fazem a história de uma cidade. São homens como o Pequeno Farias e tantos outros que ajudaram a fazer a cidade, por que não dizer, pessoas como o Justo, que no seu anonimato também está presente em nossa memória.
A nossa homenagem, muito merecida.
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