Confesso que não sei se esta história é verídica ou se é uma lenda que corre por lá. A verdade é que me foi relatada e eu já tive oportunidade de mandá-la para um antigo programa, que existia na Rádio Nacional, comandado por o velho Almirante. Era o “Incrível, Fantástico, Extraordinário”. O caso foi dramatizado e obteve com muito sucesso.
Lá para as bandas da cidade de Jerumenha viajava um mascate, com a sua mercadoria para negociar. As viagens naquele tempo eram feitas em lombo de animal. Automóvel que é bom, nem se falava. Quando chegou às margens de um riacho, parou para descansar e foi atacado por dois malfeitores que roubaram todos os seus pertences, o animal e o que é pior: resolveram matar o homem e o fizeram, com requintes de perversidade, esfolando-o.
Depois de consumado o hediondo crime, jogaram o cadáver dentro do riacho. Fala-se que durante a prática do bárbaro ato, o pobre homem teria dito:
- Meu Deus, este crime não tem testemunhas, peço que essas duas araras que vão passando sirvam de testemunhas para isso.
Pois bem, a polícia nada apurou, não conseguiu identificar os autores daquela chacina. Investiga daqui, investiga dali e nada. Resolveu arquivar o processo.
Dois anos mais tarde, realizava-se uma missa campal em frente à Igreja de Jerumenha, quando, na hora da elevação, aconteceu o que ninguém esperava: duas araras vieram e pousaram mesmo no “Cruzeiro”, no pátio da Igreja. Faziam imenso alarido, ocasião em que dois homens que estavam assistindo a missa comentaram:
- Vige, compadre, são as araras que estavam lá no dia em que nós matemo o homem.
Essas palavras foram ouvidas por um policial que se encontrava por perto, que de imediato prendeu os criminosos - os quais confessaram todo o ocorrido.
O riacho ficou sendo chamado “Riacho do Esfolado”.
E a história, é ou não é “Incrível, Fantástica, Extraordinária” ?
Ninguém deve brincar com os poderes de Deus.
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