É uma figura muito popular em Balsas, onde reside até hoje em companhia do meu amigo Salomão Auad, este, o último remanescente da colônia árabe que morou por lá muito tempo.
Acho que pouca gente conhece o seu próprio nome, a sua família, de onde veio, o que fazia antes.
Para falar a verdade, não sei se está registrado em Cartório, se existe legalmente como cidadão brasileiro. O fato é que mora lá há muitos anos, é conhecido de todos, vive prestando favores a um e a outro, ganhando seus trocadinhos e vivendo feliz, visto que não tem grandes ambições.
A principal qualidade do “Mudo do Salomão”, posso afirmar com certeza: é a sua incrível capacidade pulmonar. O fôlego do homem é de causar admiração. Agora não, já está um pouco velho e não é mais capaz de grandes proezas. Outrora era diferente. Atravessava o rio, indo e voltando, de um só mergulho. Fazia coisas realmente inacreditáveis.
Foi solicitado inúmeras vezes para tirar objetos de dentro d’água, nas profundezas do rio, façanha que só ele podia realizar pela força pulmonar que tinha.
Uma certa ocasião foi chamado para amarrar um cabo de aço para puxar um caminhão que tinha caído no rio, o que se não fosse ele não teria sido resgatado, visto que ali não se dispunha de equipamentos para mergulhadores. Ele fazia isso “na marra”, sem oxigênio, sem máscaras, sem nada, ao vivo e em cores”, como se costuma dizer hoje em dia.
Teria sido um grande bombeiro sapador, se tivesse vivido num meio maior e não tivesse a deficiência da fala.
Fica aqui o registro, para que alguém mais tarde, ao ler estas notas, se lembre deste bom homem. Um bombeiro nato.
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