João dos Santos era o seu verdadeiro nome. Esse camarada apareceu em Balsas vindo de uma cidade qualquer do Piauí. Jamais revelou de onde era realmente. É provável que tenha aprontado alguma coisa em sua cidade natal, e em conseqüência procurado abrigo em nossa cidade. O fato é que se adaptou perfeitamente, logo ficou conhecido e querido de todos, pela maneira gentil com que tratava todo mundo.
Tive ótimo relacionamento com ele, e gostava de puxar conversa para ver se conseguiria obter alguma informação sobre o seu passado, mas confesso que pouca coisa obtive, sobre o seu apelido de Perneta me disse certa vez:
- Seu Alberto, meu nome verdadeiro é João dos Santos, mas devido a essa doença que me deixou aleijado, esse povo do Balsas resolveu me chamar de Perneta e agora não tem mais jeito. Mudaram meu nome e agora sou Perneta para o resto da vida.
Uma ocasião estava em casa, quando chega o nosso Perneta para um gostoso bate-papo. Vinha chegando do aeroporto, era época de política local, fofoca para todo lado, e o Perneta, mentiroso que nem o cão, era quem mais espalhava os boatos. Contou-me o seguinte:
- Seu Alberto, acabo de chegar do aeroporto. Desembarcou do avião um cara bem “aprumado” que foi direto para um comício que estava se realizando. Pegou o microfone e foi dizendo que ia chegar no Bradesco a importância de 3 bilhões (3 bi), como me disse ele, para gastar na política. Não foi nada não, quando o homem desceu do palanque o povo “frechou” em cima dele, que nem bando de carcarás em carniça. Aí, já com o microfone desligado, o cabra foi obrigado a confessar:
- Eu não tenho um tostão, estou mais liso do que calcanhar de cotia. Era mais uma dessas mentiras tão comuns em cidades do interior mas dessa vez não era mentira do Perneta e sim desse político safado, para enganar o povo.
Sobre o Perneta tenho outras para contar, o que farei em outra oportunidade.
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