segunda-feira, 4 de julho de 2011

A MOCINHA DE JAGUARUANA

Houve uma época em Fortaleza que a TV CEARÁ, Canal 2, levava ao ar todos os sábados um programa de auditório que ficou muito famoso, o qual era comandado pelo radialista Augusto Borges e a parte musical ficava a cargo do meu filho João Ribeiro, no comando do Conjunto Musical Big Brasa. Este programa alcançou um sucesso muito grande, pois naquele tempo era novidade.
Foi criado um quadro denominado Histórias de Motoristas, onde as pessoas faziam relatos de casos extraordinários vividos pelos profissionais do volante. Foi então que eu compareci para contar o seguinte caso que aconteceu conosco.
Em uma grande festa realizada na cidade de Jaguaruana, animada pelo referido Conjunto Big Brasa, como sempre eu ficava todo o tempo observando o salão de dança, para evitar qualquer problema e atender às eventuais solicitações junto ao grupo musical. A minha presença ali servia também para dar cobertura aos músicos, que naquela época eram jovens inexperientes, uma espécie de segurança.
Notei nessa festa a presença no salão de uma mocinha muito graciosa, bem vestida, cabelos louros, que dançou sozinha e passou por mim diversas vezes, dando voltas ao som daquela música de embalo tocada pela jovem guarda. Observei bem aquela criatura, que dançava quase sempre com a cabeça baixa e nas poucas vezes que olhou para mim, notei uma certa tristeza em seu semblante.
Ao terminar a festa, quando já estávamos todos a postos para o regresso, apareceu assim de repente aquela mocinha, que desejava uma carona na kombi do conjunto, dizendo que morava em um sítio a dois quilômetros da cidade. Educadamente fiz ver a ela que seria impossível, visto que o veículo estava completamente lotado e não ficaria bem a presença dela junto com aquela rapaziada.
Ela não me disse uma só palavra, afastou-se misteriosamente e foi embora, levando em seu redor uma espécie de luz, uma claridade que me deixou confuso. Naquele instante não dei muita importância ao fato, até porque me encontrava bastante cansado pela noite de sono perdida.
Quando chegamos em determinado lugar, mais ou menos no local onde ela tinha dito que morava, notei uma grande movimentação na estrada, indicando que teria havido ali um acidente. Pedi ao motorista que parasse, pois desejava saber o que tinha se passado.
Deparei-me então com uma cena muito triste, uma senhora ainda jovem, ao lado de um cadáver envolvido em um lençol branco, rodeado de parentes e amigos, chorando aquela trágica morte. Tive a curiosidade de perguntar àquela senhora o que tinha acontecido e ela disse que se tratava de sua filha, de 15 anos de idade, que havia sido atropelada na estrada quando se preparava para pegar uma condução até aquela cidade para tomar parte na festa que iria se realizar naquela noite.
Ao levantar o véu que cobria seu rosto fiquei estupefato, pois se tratava daquela bela moça que dançou na minha frente durante o tempo inteiro do baile.
Esta história causou muita celeuma, não faltando quem afirmasse que era um fenômeno parapsicológico. Outros mais sabidos informando que fatos dessa natureza não têm explicação à luz da ciência e que todo esse assunto ainda está envolto em mistério.
E você, caríssimo leitor? Não fosse essa uma história de motorista, o que acha de tudo isso? Pode um espírito voltar e ficar entre nós?
Responda se for capaz.

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