O nosso velho e sempre querido Balsas é um município situado no alto sertão maranhense, às margens do fabuloso e lendário Rio Balsas, de tantas recordações da minha infância, onde passei parte da minha vida e onde tenho sepultado os restos mortais do meu inesquecível pai e de outros antepassados, de cujas lembranças a minha mente não conseguiu se libertar.
É, mas o meu propósito nessa crônica não é exaltar as belezas da minha terra, nem falar dos meus queridos parentes e amigos que foram para o lado de lá, conduzidos pela transitoriedade de vida, na qual, mais cedo ou mais tarde também iremos. O que realmente desejo é deixar registrada uma faceta daquela terrinha de tantos acontecimentos engraçados.
Existiu lá, naqueles longínquos tempos, um cidadão chamado Almiro, que se notabilizou pelas mentiras que espalhava pela cidade pelas histórias fantásticas que contava. Cabra mentiroso por arte do capeta, só abria a boca para contar casos incríveis, alguns dos quais ficariam na memória de muitos balsenses.
Um dia chegou o Almiro na loja do meu pai, contando uma das suas: disse que tinha uma cachorra que estava lhe causando desgosto, visto que não podia ser utilizada para caçadas, pois a bicha corria tanto, a velocidade era tão grande que passava da caça.
A partir desse dia, tudo que acontecia: em Balsas e que era fora do comum, quando a coisa passava dos limites, o povo logo dizia:
‑ Essa é que nem a cachorra do Almiro está passando da caça.
Assim, ficou celebre a cachorra do Almiro e eu conto essa história aqui para ficar registrado esse fato. Podem acreditar, que é a pura verdade, o Almiro, era demais.
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